A Visão Subnormal é uma subespecialidade da oftalmologia que trata as pessoas com deficiência visual. A 10ª classificação Estatística Internacional das Doenças e Problemas relacionados à Saúde (CID-10), considera Visão Subnormal quando a acuidade visual corrigida no melhor olho está entre: pior que 0,3 (20/60) e melhor ou igual a 0,05 (20/400) ou seu Campo Visual menor que 20°. Considera cegueira quando o valor de acuidade visual é pior que 0,05 (20/400) no melhor olho ou Campo Visual, menor que 10°.
Visão Subnormal é responsável por atender pacientes com visão muito baixa, que já passaram por tratamentos clínicos e/ou cirúrgicos. O objetivo principal é melhorar a qualidade de vida desses pacientes e permitir que eles interajam da melhor forma possível com o meio em que vivem, através da adaptação de recursos ópticos (óculos especiais até as mais variadas formas de lupa de aumento) e recursos não ópticos.
A deficiência visual pode acometer tanto o adulto quanto a criança. Sim, o problema pode surgir no início da vida e compete ao oftalmologista detectar e encaminhar o paciente para serviços especializados, para que seja submetido a uma avaliação. Este contato possibilitará a realização de testes que vão analisar todas as suas funções visuais para que o diagnóstico correto seja feito.
É importante saber em que situação se procura o especialista em Visão Subnormal: após o diagnóstico e tratamento clínico e/ou cirúrgico da patologia ocular e se o paciente permanecer com uma ou mais alterações
(baixa acuidade visual, alteração de campo visual, fotofobia, baixa sensibilidade ao contraste). Pode ser também quando houver queixas e dificuldades visuais que estejam interferindo na vida diária como: dificuldade na leitura (rotineira), dificuldade em reconhecer faces (detalhes), dificuldade na locomoção (campo visual com alterações) e dificuldade em realizar tarefas visuais específicas (trabalhos manuais, atividades de lazer como jogos de cartas, etc.).
A avaliação é feita, a princípio, com uma anamnese detalhada focando as queixas funcionais, do dia a dia, informações sobre o ambiente domiciliar, escolar e do trabalho são levantadas para verificar condições ergonômicas e necessidades de adaptações, por exemplo, quanto à iluminação. Também é feita uma revisão minuciosa do histórico médico e ocular. Em seguida, testes funcionais da visão são realizados: acuidade visual para longe com tabelas especiais, acuidade visual para perto, acuidade e velocidade de leitura com tabela padronizada, sensibilidade ao contraste, campo visual central e teste com lentes filtrantes (fotofobia).
A reabilitação visual que for determinada não recupera a visão perdida, mas pode aumentar a visão residual com a adaptação e treinamentos com auxílios de visão subnormal para perto e para longe. Estratégias e habilidades são desenvolvidas e treinadas para manter ao máximo a independência e a qualidade de vida e auxiliar cada um, individualmente, a alcançar os objetivos traçados pós deficiência visual.